sábado, 18 de setembro de 2010

Silence


Para não gritar, escrevo. Para não atirar tudo, respiro. Para evitar questionamentos futuros, me calo. Cansada de muita coisa, antes de tudo, cansada mentalmente. Pensamentos que ficam guardados, palavras que inundam, mas nunca transbordam. Vontade não se sabe de que. Vontade de ter vontade. Atos meticulosos. Uma respiração. Lenta. Vento gelado no rosto. Será que você tem pensado em mim? Queria não me importar. Queria conseguir fingir. Fingir que não ligo. Poder dizer que não ligo. Usar, abusar, lambuzar. Despreocupada. Alguns sons. Medo. Você estaria mentindo? Paranóia. Você me deixaria por isso? Neura. Preciso de remédios. Não. Preciso de uma noite bem dormida. Não. Preciso da sua presença. Talvez. Preciso deixar de ser boba. Sim. Silêncio.

O tempo passa e eu não me canso de cutucar a ferida.
Sonhar não dói. Alivia. Achar que todos seus sonhos se realizarão. Machuca.
Cogitar a possibilidade de ser mais durona.
Alguém sabe como o fazer muito bem.
Esse alguém não sou eu.
Nose.
Como me tornei nisso? Nem eu sei.

Boa noite.

2 comentários:

  1. Realmente muito bom, sentimentos bem transcritos. E foto combinou bastante com o texto. Parabéns.

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