sexta-feira, 20 de maio de 2011

Uma breve conversa sobre o amor...

E o que sinto é amor. Mas não um amor vermelho, esse é diferente, é colorido, multiforme. Não digo também que seja amor, digo que é um quase amor. Simpatia, afeto, querer bem. Quando o outro se torna você, quando dois viram um, quando o coração vira explosão. Esse é o amor, o meu amor. O que vivo e pretendo viver, pra sempre.
Com o calor.
Meio café.
Como pode, Senhor, alguém fazer meus olhos sorrirem?, e não só os olhos, o resto do corpo também.
Escrevo sobre amor, pois esse é meu estado atual, minha bandeira. Vida. Lema. Meu orgulho. Nada adiantaria, na verdade, se não houvesse ele aqui, fazendo o mundo mais colorido. E é com ele que termino, me contento, vivo. Não me basta mais nada, só a segurança de ter eternamente esse brilho.

domingo, 1 de maio de 2011

Confusão Compartilhada

A libertar felicidades e angústias em um escasso lazer 
É certo que haverá coisas que fujam da sua alçada
E vê a fome e o assalto, o casal que constrói o seu lar
Porque são várias as cruzes, mas é só um amor, que lança a sua luz
Invoco a fé, a calma e a coragem
Pra tudo tem hora na marcha da humanidade
Até os infortúnios tem o seu valor na oportunidade de aprender com a dor
Simpatia é quase amor, aconteceu
Uma questão de afinidade
Observo a mim mesmo em silêncio porque é nele onde mais e melhor se diz
Cítrico, plácido, mágico, híbrido, árido, gótico, prático, típico
Música, dança, tempero, sabor, afeto, amparo, carinho, calor
Será pra sempre longe, será pra sempre perto
Suas lágrimas, seus dramas e prazeres mais profundos

***

Pra você que leu essas frases e não entendeu nada, digo que são meus sentimentos de uns tempos pra cá, ou dessa última semana pra cá. Depois de muito tempo volto e tento de uma forma bem desconexa colocar pra fora o que acumulo. E talvez você tenha percebido que essas frases saíram do novo CD do Forfun, Alegria Compartilhada, que está maravilhoso, então acho melhor você ir baixa-lo e esquecer isso tudo aqui. Adeus.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Intenso


Tudo o que vivo é muito intenso. Alguns sentimentos não acontecem de graça, nem a toda hora. Quando amo, mesmo que raramente, é sincero. Quando sinto raiva, o que também é difícil de acontecer, é de verdade, de resto é tudo da boca pra fora, coisa de momento. Afeto tenho por muitos. Me fazer feliz é quase tão fácil quanto respirar. Uma flor amarela, um chocolate, um livro, uma música, uma caixinha, um cartão, um par de meias, uma concha, um pingente. Qualquer coisa que tenha sido vinda do coração. Isso sim será importante pra mim, posso até arriscar em dizer que pra sempre. Memórias são como raios de sol que mesmo quando a lua vestida de branco estampa o céu, eles continuam lá, até porque se forem embora, a lua se apaga.
Algumas coisas não precisam ser ditas para serem verdade.

***

Não gostei, mas a Ana C. disse que ficou delicadinho.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Uma Carta para Márcia

Rio 19.11.1991

Atemporal

 Nunca desejei nada que fosse impossível. Nunca olhei o universo, como algo inalcançável.
 Nunca quis o poder de forma obscena ou irrevogavelmente ambiciosa. Sempre desejei que minha vida fosse insólita, mesmo por que, singular ela já é.
 Sempre desejei que meu amor fosse efusivamente grandioso. Que pena!, ele tornou-se disperso e às vezes solitário, platônico e difícil de ser correspondido.
 Sempre almejei a juventude, como um gostoso e inocente hábito, com o eterno cuidado de não fazer da velhice uma profissão, difícil de ser exercida.
 De forma fabulosa e fantástica, sonho em um dia ser apenas uma pequena molécula na corrente energética do universo em comunhão tal, que todas as preocupações coexistirão com a certeza da vitória iminente e arrebatadora, fazendo com que momentos como esse, de pura utopia e fé não sejam somente um sonho. Sim. Serão bem mais que um sonho.
“Um novo amigo é como um vinho novo, que o tempo adocica o sabor”
 Márcia, não te esqueça de mim.
                                                                                                                       Um amigo: Emerson SP

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Almejo




Quando se sente amor, tem-se uma funda ansiedade. É como se eu risse e chorasse ao mesmo tempo. 
(Clarice Lispector)

sábado, 18 de setembro de 2010

Silence


Para não gritar, escrevo. Para não atirar tudo, respiro. Para evitar questionamentos futuros, me calo. Cansada de muita coisa, antes de tudo, cansada mentalmente. Pensamentos que ficam guardados, palavras que inundam, mas nunca transbordam. Vontade não se sabe de que. Vontade de ter vontade. Atos meticulosos. Uma respiração. Lenta. Vento gelado no rosto. Será que você tem pensado em mim? Queria não me importar. Queria conseguir fingir. Fingir que não ligo. Poder dizer que não ligo. Usar, abusar, lambuzar. Despreocupada. Alguns sons. Medo. Você estaria mentindo? Paranóia. Você me deixaria por isso? Neura. Preciso de remédios. Não. Preciso de uma noite bem dormida. Não. Preciso da sua presença. Talvez. Preciso deixar de ser boba. Sim. Silêncio.

O tempo passa e eu não me canso de cutucar a ferida.
Sonhar não dói. Alivia. Achar que todos seus sonhos se realizarão. Machuca.
Cogitar a possibilidade de ser mais durona.
Alguém sabe como o fazer muito bem.
Esse alguém não sou eu.
Nose.
Como me tornei nisso? Nem eu sei.

Boa noite.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Canada awaits you...


 Ela chegou e logo foi se deitar no colchão que estava na sala desde a noite anterior. Sem muita cerimônia disse que estava lá para se despedir. Não havia me dado conta de que estava próximo, tão próximo. Ficar contando os anos de companheirismo não é algo que acho muito legal de se fazer, pois muitos anos talvez não digam nada e poucos, digam muito, mas enfim... Acho que dessa vez, seis meses seriam muito.
 Conversamos sobre nada, o nada mais especial que poderia haver. Ela era discreta, falava num tom baixo e calmo. O dia estava nublado, perfeito para aquela ocasião. Algumas ligações interromperam nosso diálogo, mas nada demais. Estávamos tranqüilas, mas hesitantes, sabíamos que aquela seria a última vez, as últimas risadas, conversas bobas e hipérboles da boca pra fora.
 Nossas preocupações, confissões, declarações. Nossos amores, dores e sabores. Nossa vida. Meu verão. Ela era meu verão. Não sou o tipo de pessoa que gosta de calor, muitas pessoas, axé e praia, mas ela fazia com que tudo ficasse suportável, mesmo quando saía à noite e eu ficava em casa vendo TV. Agora ela iria ver neve e eu ficaria no frio.
 Minha garganta começou a arder, mas eu não podia chorar, não naquela hora. Seria ridículo.   Quero que ela seja feliz, aproveite, se divirta, chore de saudade, chore de emoção, tire fotos, coma sorvete no inverno, conheça pessoas novas. Quero que ela viva.
 Não demos conta de como tudo se tornou tão especial. Quando percebi, já éramos uma da outra, de um jeito que não tinha mais volta. Com todos os defeitos, paranóias e crises. Trocávamos roupas, sapatos, perfumes, bilhetes, maquiagens, beijos e abraços. Agora a única coisa que trocaríamos seriam mensagens no Messenger, e-mails no Yahoo e visualizações no Skype.
 Mais uma ligação e ela precisava ir, precisava se despedir de mais gente, pegar documentos, comprar coisas. Um abraço, um adeus e minha garganta começou a arder novamente. Não queria ser boba e chorar, iria dizer mais alguma coisa, mas se o fizesse cairia em prantos. Preferi manter o olhar e dar um joínha.
 Ainda havia outra chance. No domingo. Ela estaria no aeroporto, seria difícil pra mim, mas eu não queria ficar. Queria poder ver seus cabelos pretos sumindo pelo corredor de paredes beges. Seria minha última chance e eu não queria jogá-la fora.

***





Emanuelle Leite Cordeiro, minha prima, meu exemplo. Desde pequena eu sempre querendo ser você, mas o tempo nos ensinou que era preciso as diferenças para ser um. Aprendemos que o branco precisa do preto, que a banana split do sorvete de chocolate, que o macarrão do molho branco, que o brilho do opaco, que o grito do silêncio, que as festas dos livros, que o salto do All Star sujo, que eu de você. Você vai, mas eu vou ficar, ficar e esperar até o dia em que você irá atravessar o corredor de paredes beges e voltar pra vida que fica aqui. Eu te amo e espero que você viva a vida que eu te garanto, é bem melhor do que a que vivemos. Vai com Deus. ♥